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MOVIMENTOS SOCIAIS


"A relação entre os movimentos sociais e a questão da saúde tem sido pouco explorada, apesar de sua evidente relevância. Há muito poucas análises e pesquisas a respeito e, naturalmente, avançar nesta área é uma aventura ao mesmo tempo fascinante e perigosa.


Por outro lado, isto se dá em flagrante contraste com o enorme desenvolvimento analítico que vem tendo, nos últimos anos, a temática dos movimentos sociais. É verdade que se trata de um tema recente na literatura sociológica: os primeiros trabalhos referentes aos "movimentos sociais urbanos" começam a surgir, no Brasil, no final dos anos 70 (Silva Telles, 1987); entretanto, esta problemática adquire, rapidamente, notável importância. Isto se deve, basicamente, a dois fatores: por um lado, verifica-se, neste caso, uma relação que se dá freqüentemente entre o processo social, suas oscilações políticas, econômicas e culturais e o fato de privilegiar certos temas nas análises da realidade (Souza, 1987).

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Se nos anos 60, as ciências sociais estudavam os processos de desenvolvimento e as teorias "desenvolvimentistas" estavam em pleno auge, no final da década, em face de seu esgotamento e das contradições que se agudizavam, passava-se às teorias da marginalidade e da dependência (Cardoso, 1983); já nos anos 70 a arena da análise se deslocava para a sociedade civil e, no momento atual, os movimentos sociais constituem uma das temáticas mais relevantes, no campo das ciências sociais (Souza, 1987). Além disso, esta relevância deve-se também ao fato de ter suscitado a necessidade de reformular o próprio referencial. Já Moisés, em um dos primeiros trabalhos sobre o tema, adverte: "se o conhecimento for incapaz de refinar os seus instrumentos de análise, para apanhar uma realidade que também é nova e distinta, fracassará nas funções a que se auto-atribui" (Moisés 1982:29)".


Fonte https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1989000300003

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