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A SAÚDE DAS MULHERES

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A visão ampliada do conceito de saúde, considerando não apenas a ausência de doenças, orientou a construção do Sistema de Saúde na década de 1980 e a elaboração de diferentes políticas públicas de saúde, como a de saúde da mulher. Nesse sentido, tem se o entendimento de que a saúde da mulher transcende aspectos apenas biológicos e se relaciona com muitas outras áreas envolvidas na produção de saúde, em diferentes momentos dos ciclos da vida.

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Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) propondo ações educativas, preventivas, de tratamento e recuperação ginecológica, englobando pré-natal, parto e puerpério, planejamento familiar, climatério e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ITS). Parte disso, para dar conta da alta mortalidade infantil e dos óbitos nos partos, que aconteciam até a década de 1980 no Brasil (BRASIL, 2004). Contudo, a saúde da mulher não pode limitar-se apenas à saúde materna ou à ausência de adoecimento, aliado à questão da reprodução, mas deve abarcar as desigualdades de gênero e outras discriminações cumulativas, como classe, raça, idade, expressão do gênero e da sexualidade, etnia, deficiência, língua, religião, ocupação.

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Esses marcadores sociais produzem determinantes sociais em saúde, que fazem com que ainda tenhamos precariedade na assistência em anticoncepção e assistência materno infantil, fragilidades nas redes de políticas públicas efetivas que prestem assistência e cuidado para mulheres em situações de violências domésticas e familiares, onde ocorrem a maior parte das violações e feminicídios com mulheres e meninas. Por isso, faz-se imprescindível o desenvolvimento de ações de pesquisa que visem a compreensão e a transposição dessa realidade que se constitui como um problema de saúde pública e de violação de direitos humanos para um número significativo e, ainda, subnotificado de mulheres, principalmente no interior do Brasil, como esse projeto pretende abarcar nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Ao longo das últimas décadas as mulheres vêm conquistando espaços nos âmbitos sociais, profissionais, culturais e políticos onde, por tradição, somente homens participavam. Entretanto, é inegável que ainda existem assimetrias entre oportunidades, ganhos salariais e ocupação de cargos de alta chefia por mulheres, evidenciando, assim, uma desigualdade de gênero que perdura por anos.

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Nesse sentido, é necessário realizar o enfrentamento dos marcadores sociais da diferença que colocam a saúde de muitas mulheres em risco. No momento atual estamos vivenciando uma pandemia que sobrecarrega ainda mais a mulher, seja no cuidado dos filhos, da casa e dos demais familiares; seja no mercado de trabalho e na ausência de renda; seja pela busca de alimentos e sobrevivência; seja pelas violências crescentes de gênero e pelos feminicídios. É necessário discutir uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e igual para todas as pessoas.

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Referências:

Cartilhas Educativas e Informativas

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Orientações às puérperas durante a pandemia da Covid-19 - Cartilha Informativa

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Saúde da criança em tempos de COVID-19

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Gestar em tempos de pandemia - Cartilha Informativa

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Aleitamento materno em tempos de COVID-19

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Violência contra a mulher no contexto da pandemia: como posso ajudar?

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Educação e controle da disseminação do Coronavírus em populações privadas de liberdade.

Publicações

 Orientações para o autocuidado às gestantes e puérperas no contexto da pandemia do novo Coronavírus

Políticas públicas para mulheres do campo: mais de 30 anos de luta das mulheres agricultoras do oeste catarinense

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